domingo, 10 de outubro de 2010


Eleições 2010 na Paraíba: nosso rumo no 2 turno

Analisando o 1 turno das eleições para o governo da Paraíba, o Diretório Regional do PSOL avalia que a eleição para o governo paraibano, nesse primeiro turno, apresentou as seguintes características: Cooptação pelas oligarquias dos partidos tradicionais da esquerda paraibana; reedição das disputas políticas entre os grupos Maranhão e Cunha Lima; enorme desigualdade entre as candidaturas em disputa; uso da máquina pública em favor de duas candidaturas e apresentação do programa de governo da Candidatura de Nelson Júnior como o diferencial sobre os rumos da Paraíba e do seu povo.

            A presente eleição marcou definitivamente a incorporação aos projetos das oligarquias paraibanas de partidos com origem popular como o PT e o PC do B transformado-os em sublegenda do PMDB e do “Maranhismo”  e, da mesma forma, do PSB agora sob a orientação política do DEM e do ex-governador Cássio, formando assim a dupla face da mesma moeda cujo resultado final será o atraso geral do Estado.

            Neste sentido, agora vitaminados por partidos e lideranças construídas na luta popular, os grupos Maranhão e Cunha Lima estão prontos para mais um embate. De um lado o candidato do PMDB amparado pelo lulismo e com o jovem Rodrigo Soares na vice tentou passar uma imagem de renovação e progresso para a Paraíba, enquanto adotava práticas políticas ligadas ao atraso como publicidade de obras inacabadas, o uso da máquina pública, inexistência de uma política para saúde e educação e uma política de segurança baseada na militarização, criminalização da pobreza e sensacionalismo. Do outro lado, ao perceber que não tinha candidatos competitivos para o processo eleitoral, Cássio C. Lima viu em Ricardo Coutinho, então prefeito de João Pessoa e adversário em eleições anteriores, o nome ideal para o seu projeto de “ressurreição” política, enquanto Ricardo viu neste a competitividade estadual que lhe faltava. Desta forma, Ricardo Coutinho parte para disputar a eleição apresentando um discurso de aparência progressista, porém tendo como seus principais aliados partidos e políticos envolvidos em processos de cassação de mandato e comportamento nada ético no Parlamento Nacional e que, ainda, estiveram na linha de frente da estagnação do Estado da Paraíba nos últimos 20 anos. Assim foi o primeiro turno: mais uma disputa entre os grupos Maranhão e Cunha Lima. Os resultados demonstram exatamente isso. Ou seja, Cássio como fiador da vitória parcial de Ricardo Coutinho, o qual não conseguiu eleger nenhum Deputado com o mínimo de passagem pelo campo da esquerda, sendo que quase todos os deputados estaduais eleitos pela sua coligação são aliados diretos de Cássio ou de Efraim.

Neste processo eleitoral a desigualdade foi a marca. De um lado existiam dois candidatos a governador que contavam com o apoio de duas máquinas públicas (o governo do Estado e a Prefeitura da Capital), tempo de televisão em demasia e milhões de reais para custear milhares de cabos eleitorais espalhados por todo Estado. Do outro lado, fazendo campanha praticamente sem recursos financeiros e contando apenas com um minuto no guia eleitoral quatro candidatos apresentaram seus programas de governo. No tocante a desigualdade, as candidaturas do PSOL sofreram ainda com a “má vontade” dos institutos de pesquisa e de parte da imprensa. Estes, não foram raras as vezes em que omitiram o nome de Nelson Júnior das pesquisas eleitorais e, da mesma forma, um jornal de circulação estadual publicou uma pesquisa à três dias da eleição sem ao menos citar o nome do nosso candidato. Era como se ele não existisse. O objetivo, nesses casos, era evitar uma boa votação do PSOL, pois tinha candidato avaliando que venceria a eleição no primeiro turno e o Psol poderia atrapalhar.

            No entanto, mesmo enfrentando uma eleição extremamente difícil a militância do PSOL e seu candidato conseguiram apresentar um programa de governo sintonizado com a realidade do povo paraibano. O programa que o candidato Nelson Júnior defendeu durante o processo eleitoral não se resume a campanha. Este programa é a base da nossa compreensão para caminharmos no sentido de promovermos as grandes mudanças que o nosso povo precisa. Temos clareza que ainda é necessário aperfeiçoá-lo, e para isso contaremos com a participação dos vários segmentos sociais da Paraíba comprometidos com as necessidades do nosso povo.

Neste aspecto, mesmo contando com um limitado tempo de televisão e rádio, a população paraibana percebeu claramente as diferenças entre os projetos dos dois candidatos que hoje se encontram no segundo turno e àquele defendido pelo PSOL. Na nossa compreensão nosso programa não encontra a mínima ressonância em nenhuma das candidaturas que disputam o segundo turno.
Desta forma, PSOL continua acreditando que o seu programa é o que representa o melhor para o povo paraibano. Assim continuamos a defender uma educação em tempo integral em todo o Estado; o piso salarial da CNTE como o mínimo a ser pago para os profissionais da educação; lutar por uma rede de cooperativas solidárias como forma de combater a falta de renda, a pobreza e gerar empregos; a necessária profissionalização da máquina pública, limitando em 5% o total de prestadores de serviços, pondo fim ao clientelismo e empreguismo de Estado; uma política de segurança centrada na atenção integral à crianças e adolescentes, e não apenas em aspectos corretivos; a inversão da política de isenção fiscal do Estado, direcionando-as para as micros e pequenas empresas; a implantação de núcleos produtivos sistêmicosprogramática ao futuro governo.
Desta forma, fazemos um chamamento aos nossos eleitores no sentido de observarem o compromisso dos candidatos com as questões que interessam ao povo e decidirem o voto, sendo legítima qualquer decisão que venham a tomar, desde que fundamentados em disposição de lutar pela realização das propostas de mudanças que apresentamos.  Por outro lado, no tocante aos nossos filiados (a nossa militância), fica vedada a manifestação pública em favor de qualquer candidatura (posição) neste segundo turno.
Por fim, considerando o conjunto da campanha, o debate que provocamos na sociedade sobre pontos do nosso programa e os 12.471 votos obtidos temos a compreensão que obtivemos uma vitória política do nosso projeto para a Paraíba, pois enfrentamos uma eleição onde o poder econômico foi determinante e, mesmo assim, pela segunda vez consecutiva nossa votação contribuiu para a realização do 2 turno no Estado.
Queremos concluir agradecendo à tod@s que fizeram a opção pelo PSOL e pela candidatura ao Governo do professor Nelson Júnior e ao Senado dos candidatos Marcos Dias e Edgard,Malagodi, e aproveitamos para convidá-los para a organização de núcleos do PSOL em todo o Estado e, também, para a luta em favor da educação integral, para a organização de cooperativas, associações, etc. sempre com a finalidade de fazer avançar a luta pela construção do programa que apresentamos em defesa da igualdade.
PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE
DIRETÓRIO ESTADUAL - PARAIBA

João pessoa, em 09 de Outubro de 2010.

2 comentários:

  1. Não tenho dúvida alguma que um provável governo do PSOL traria enormes benefícios para a Paraíba. Lamentavelmente nossa população está ainda evoluindo quando o assunto é política e ainda não consegue ver que os responsáveis pelos tristes índices da PB no cenário nacional é justamente essa alternância de poder entre os dois grupos.

    De todo modo, nesse segundo turno estarei optando por um dos projetos o qual considero o 'menos pior', votei em Nelson no primeiro turno pois ele foi o único q não teve rabo preso e falou a verdade.

    abraços a todos do PSOL que contribuíram com a verdadeira campanha da VERDADE!

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  2. Meu colega querido...você está de parabéns pelos votos conseguidos. Na minha família alguns votos foram pra você. Forte abraço e muita sorte na vida.

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