sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A campanha e o seu (des)nível no 2º turno


 A campanha eleitoral na Paraíba entra na sua última semana e, infelizmente, o prognóstico não é dos melhores, pois o que temos visto nos últimos 15 dias é uma exacerbação da capacidade que têm os candidatos de manipularem as informações e/ou rebaixar o nível do debate político.
Por um lado, uma das candidaturas tenta demonstrar à população que todos os problemas vividos pelo Estado da Paraíba, e sua gente, são conseqüências das ações de apenas um governante em suas passagens pelo Palácio da Redenção.
Com esta iniciativa procura-se convencer o eleitorado que as deficiências existentes na educação pública paraibana, a ineficiência e a péssima qualidade dos serviços de saúde pública, assim como os baixos indicadores de desenvolvimento econômico e social são frutos das ações de um único governo.
Essa postura, além de escamotear a realidade, contribui para uma deseducação e despolitização do eleitorado paraibano, mas atende os objetivos do candidato que é o de esconder a co- responsabilidade, daquele que hoje é o seu principal aliado, pela situação atual do Estado e assim somar os votos dos seus admiradores.
Por outro lado, o outro candidato tem centrado sua campanha em promessas eleitoreiras sem nenhuma coerência com o seu perfil político, ao passo que deu origem a toda uma campanha preconceituosa contra seu adversário e contra segmentos religiosos.
Neste prisma, é importante que os eleitores, na hora de decidir seu voto, procurem analisar se as propostas apresentadas pelo candidato têm relação com o seu comportamento político pregresso, pois isso revela seu grau de comprometimento com as idéias apresentadas durante sua campanha.
Ademais, é importante ter-se em conta que o candidato que adota como foco de campanha, a política da potencialização de  preconceitos religiosos na sociedade, está deixando claro que o mais interessante para ele é sua própria vitória eleitoral, nem que para isso seja obrigado a pregar  a santa inquisição em pleno século XX.
Assim, é lamentável que essa tenha sido a tônica desse segundo turno. Mas, ao contrário dos candidatos, espera-se que na hora do voto o eleitor analise não a vinculação religiosa ou os erros de português desse ou daquele candidato, mas sim qual dos postulantes tem mais compromissos com um projeto de Paraíba que garanta as pessoas o mínimo de condições de vida e desenvolvimento social e econômico para o Estado.
Por fim, se o eleitor conseguir identificar entre os postulantes qual atende a essa exigência mínima, esse poderá ser sua opção. No entanto, se ao cabo de quase um mês de campanha o eleitor não conseguir estabelecer essa diferença o voto nulo também é uma opção legítima.

OBS: Devido ao perído eleitoral não serão permitidos comentários.

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