sábado, 15 de outubro de 2011

DIA DOS PROFESSORES É DIA DE REFLEXÃO

O dia do professor deveria ser uma data para comemorarmos os possíveis avanços na valorização profissional e no campo da educação pública brasileira, como uma drástica redução do analfabetismo e a elevação dos índices de qualidade do ensino básico. No entanto, o baixo investimento em educação nos últimos 16 anos, patrocinados pelos governos FHC e LULA, algo em torno de 5% do PIB, não nos permite comemorar tal feito. Em dezembro do ano passado encerrou-se a vigência do Plano Nacional de Educação (2001-2010) sem que as principais metas estabelecidas tenham sido cumpridas. Atualmente temos apenas 18% das crianças em creche; temos mais de 14 milhões de analfabetos; os adolescentes concluem o ensino fundamental sem saber ler e escrever corretamente; só 50% dos jovens chegam ao ensino médio na idade correta; apenas 14% dos jovens conseguem ter acesso a universidade, sendo que só 26% destes estudam em uma universidade pública. Estes dados revelam uma gritante exclusão educacional que se traduzirá na exclusão social de milhões de brasileiros no futuro. Quando direcionamos nossa atenção ao Estado da Paraíba, a realidade é pior ainda. Nosso Estado encontra-se nas últimas colocações da federação quando o assunto é educação e, apesar deste quadro, ainda não vemos a luz no fim do túnel. Na verdade, o atual governo estadual, tem apresentado projetos que nada mais são do que repetições das iniciativas de governos anteriores, com nomeclaturas diferentes mais objetivos idênticos: puro marketing. Como falar em construir avanços na educação sem se pagar pelo menos o piso nacional dos professores como salário base? Como falar em educação de qualidade quando não se faz concursos e se contrata cabos eleitorais como professores? Pois infelizmente esse ainda é um quadro bastante presente na nossa realidade. Para enfrentar essa realidade o governador Ricardo Coutinho anunciou hoje que irá valorizar os técnicos e professores das 100 “melhores escolas” entre aquelas que atingirem suas metas e, ainda, os mil professores que apresentarem os melhores projetos de ensino, com o 14° Salário. Isto posto, significa dizer que em uma realidade educacional com alunos desmotivados, escolas com pouca (ou nenhuma) infraestrutura e professores efetivos com baixos salários, além dos prestadores de serviço com salários ainda menores e contratados por apenas 10 meses, o governador entende que a melhor política educacional é fazer com que estes profissionais da educação, e suas escolas, disputem entre si, para ver quem será o contemplado com o prêmio de um salário extra. Na verdade, o governador Ricardo Coutinho utiliza-se dos recursos dos próprios professores, já que não paga o piso como remuneração básica, para criar um programa de marketing educacional. Infelizmente essa é a realidade da educação paraibana: baixos salários, excesso de prestadores de serviço e a competição entre professores como única alternativa para quem pensa em ter uma remuneração um pouco melhor. Pra concluir gostaria de acender a luz do fim do túnel. Faço isso dizendo que a melhor alternativa para atacarmos os problemas elencados acima é aprovarmos no Congresso Nacional um Plano Nacional de Educação para esta década (2011-2020) que contemple as proposta da sociedade brasileira construídas na última Conferência Nacional de Educação, entre as quais se encontra a urgente necessidade de investirmos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação pública. Encerro o dia dos professores conclamando tod@s à luta pelo investimento de 10% do PIB em Educação. Mande um email pra bancada federeal da Paraíba dizendo: eu quero 10% do PIB para Educação. Nelson Junior

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